merece ser adaptada ou não? É possível fazer algo fiel?
Quando a Microsoft (MS) entrou para o mercado de games, diziam que seria um
cavalo paraguaio. Sem muita experiência, foi só questão de tempo para conquistar
os gamers do mundo. Juntou parte da tecnologia em que ela é especialista
(computadores) e trouxe membros de outras empresas especialistas em games. Este
foi o casamento perfeito. O primeiro Xbox, lançado pela MS em 2001, teve uma
vida útil de 5 anos, e serviu como base para criação de clássicos da empresa e
preparou o terreno para a dominação do mercado do gamer hardcore que viria a
partir de 2007: Xbox 360, derrubando um rival de peso que é a Sony e seu
Playstation 3. Integrando de forma perfeita a plataforma online (Xbox Live), o
console virou o xodó das produtoras de games para um público acima de 17 anos.
No primeiro videogame da MS, a empresa produziu “Halo: Combat Evolved” e “Halo
2”. Jogos que representam o que seria a maior safra do seu console atual: tiro
em primeira pessoa. Trazia uma história futurista, armas pesadas, uma raça de
alienígenas como inimigo e um protagonista de grande imponência: Master Chief,
um supersoldado com uma armadura de batalha perfeita para aumento de
performance. Tudo parecia mais do mesmo, já que jogos com boas idéias e
execuções eficientes tem aos montes em vários consoles. Até que em 2007 foi
lançado “Halo 3” para Xbox 360.
Situando-se na história, em um futuro distante, em meados de 2500, os humanos já
habitam vários outros planetas, separados em colônias internas e externas. Todos
unidos sob um governo terrestre. Viagens na velocidade da luz são comuns e todos
esses planetas são anos-luz de distância uns dos outros. Nenhum contato com uma
raça desconhecida foi estabelecido. Em meio a esse futuro, a UNSC, a força
armada humana, começou a desenvolver um programa que visava controlar todas as
colônias, que estavam embarcando em uma onda de rebeliões contra o controle
terrestre.
Desenvolvido pelo Dr. Halsey, o projeto chamava-se SPARTAN II, e visava
selecionar as mais fortes e inteligentes crianças do universo (geneticamente
perfeitas), que possuíssem aproximadamente 6 anos de idade com o fim de
participar de um treinamento de supersoldado. Foram selecionadas 65 crianças,
entre elas o Spartan 117, cujo verdadeiro nome é John. Seria ele o mais poderoso
e temido dos Spartans (futuramente conhecido como Master Chief). Poucas crianças
sobreviveram ao árduo treinamento. John continuava firma e forte mesmo após as
alterações físicas que foram submetidas: armadura óssea, implante de hormônios,
aumento da percepção visual e aperfeiçoamento das terminações nervosas.
Cerca de 10 Spartans sobreviveram a todo treinamento, até que surge a notícia
que a colônia Harvest foi alvejada por um objeto não identificado com laser
muitos superiores aos da raça humana. Fragmentos de transmissões inimigas foram
interceptados, nisso foi identificado que eles se chamam Os Covenant.
Entretanto, antes de atacar, a nave alien lançou a seguinte mensagem nos
receptores: “Sua destruição é a vontade dos deuses… e nós somos seu
instrumento.” Na conquista de um planeta, os Covenant bombardeiam a superfície
com seus canhões de plasma, até que tudo estivesse congelado, inabitado e
reflexivo.
Os Covenant possuem um grande desafeto com a raça humana, pois acreditam que
seus deuses querem essa raça totalmente eliminada. Esses são os mesmo deuses
que, segundo os Covenant, criaram as instalações Halo e o objeto sagrado do qual
foram procurar na colônia Reach, e futuramente, na Terra.
Assim que os Covenant invadiram Reach e congelaram a maior parte do planeta,
eles desceram na superfície começaram a cavar o solo, pois acreditavam que seus
deuses (os Forerruners) haviam enterrado o cristal de rubi em algum lugar
daquele planeta. Master Chief, acompanhado por Cortana, Capitão Keyes e centenas
de outros soldados, embarcaram abordo da Pillar os Autumn (nave da UNSC) e
fizeram o salto no espaço (o salto no espaço é uma medida de segurança, para que
nenhum inimigo consiga qualquer informação a respeito de outras colônias, ou,
até mesmo, da própria Terra). A partir daí, começa toda a história do embate
entre os humanos e os aliens.
A história envolve muito mais detalhes (você pode conhecer muito mais no
site criado pelo portal Xbox,
contendo a história de toda a saga), mas tudo acabou tornando-se mais
cinematográfico a partir de Halo 3. As esperanças da humanidade são poucas e
este é o embate final. Todo esse cenário apocalíptico seria um excelente pano de
fundo para um filme (ou até uma trilogia cinematográfica).
Não precisa ir longe para identificar semelhanças da história com a do filme
“Tropas Estelares”, de 1997. Este filme, que é uma adaptação do homônimo escrito
por Robert A. Heinlein em 1959, teve um orçamento de US$105 milhões e foi um
fracasso de público. Apesar disso, ele tem suas qualidades. Os efeitos especiais
são bem avançados para a época e o humor negro da narrativa são características
que valem a pena serem ressaltadas. No filme “Aliens”, de 1986, os atores que
faziam os fuzileiros tiveram por exigência ler o livro para terem poderem
aparentar uma experiência mais real. “Tropas Estelares” virou jogo, mas nada que
valha a pena ser comentado. Porém, ele é reconhecido por ter influenciado uma
leva de jogos como os da série Command & Conquer. Não podemos esquecer de
Starcraft e o próprio Halo. O Master Chief é considerado uma copia exata do
Coronel Rico (no livro).
Influência ou não, Halo 3 conseguiu transformar uma série de jogos em primeira
pessoa um clássico. Seus números não mentem. Foi traduzido para 17 idiomas
diferentes, incluindo o português do Brasil (com direito a uma
dublagem espetacular). Foi
um lançamento tão grandioso quanto a própria campanha publicitária, estipulada em US$10 milhões. Halo 3
faturou US$300 milhões em sua primeira semana, sendo US$170 milhões em 24 horas.
Mais de um milhão de pessoas jogaram no Xbox Live nas primeiras vinte horas. Em
3 de janeiro de 2008, o Halo 3 já havia vendido 8,1 milhões de cópias. Em março
de 2009 mais de 1 bilhão de partidas online foram jogadas. Impressionado? Sim, é
MUITO impressionante. Não só isso, mas temas para computadores (celulares,
videogames), suvenires, sequências (Halo Wars – game de estratégia – e Halo 3:
OSDT – se passando entre os eventos de Halo 2 e Halo 3).
O filme estava confirmado. Peter Jackson (que comandou a trilogia “O Senhor dos
Anéis”) estava produzindo, mas devido a desavenças com as distribuidoras
(Universal e pela Fox, co-financiadoras do projeto), ele e o diretor estreante
Neill Blomkamp seguiram em frente até chegarem ao argumento final de
“Distrito 9“, que foi um
mega sucesso de público e crítica. A Microsoft e a Wignut querem um filme, mas
precisam de financiamento. Menos de US$200 milhões é impossível de produzir algo
descente e fiel ao jogo.
A série Halo tem(fez) história, tem público, tem a Microsoft por traz e tem um
caminhão de possibilidades. É possível repetir o sucesso dos games nos cinemas?
É possível, mas nem “Terror em Silent Hill”, que é o filme mais fiel ao jogo já
feito, não conseguiu um retorno bom. É diferente, por ser de terror, mas ainda
assim deixa uma pulga atrás da orelha. Um filme sobre Halo seria um mix de
“Transformers”, “Tropas Estelares” e “Homem de Ferro”.
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